Poesias

O Pino do Relógio

 

“Como o pino central do relógio, estável e sólido, faz girar compassadamente os ponteiros num ritmo equilibrado, assim as mulheres devem entender que cada uma tem o seu papel de equilíbrio num lar, numa sociedade. O mundo precisa desesperadamente de mulheres centradas e equilibradas para superar seus sobressaltos.”

Marta P. Souza

 


 

 

O Pino do Relógio

 

Sobre o piano antigo,

Sempre fiel e confiável,

Sólido e estável,

O relógio descansava.

 

Mas a pequena criança,

Sem nenhuma má intenção,

Curiosa e aventureira,

Sucumbe a tentação.

 

Deixa cair a relíquia,

Alertando os presentes

Que a herança da família

Agora estaria ausente!

 

O vovô junta os pedaços

Coração cheio de fé,

Une-os um a um,

Colocando o relógio de pé!

 

Mas porque aquele relógio

Teimava em não funcionar?

Vovô cuidadoso percebe,

O pino não conseguira achar!

 

Parecia insignificante,

Era um pino tão pequenino,

Mas era agora o responsável

Do relógio, o destino!

 

A pequena criança

Tentando deveras ajudar,

No cantinho, aos pés do piano,

O pino vai encontrar!

 

Vovô recoloca a peça perdida

No seu devido lugar.

O relógio, então  completo,

As horas volta a marcar.

 

Uma lição agora, aproveita pra ensinar.

“A mamãe é tal qual o pino!

No lar, tudo irá funcionar

Se ela, por respeito, estiver em seu lugar!”

Poesias

Papis Alair

 

De repente houve um silêncio,

E aquela mulher viu-se só.

Sozinha com suas filhas.

Tendo na garganta um nó.

 

Apesar da dor profunda,

Da turbulência da vida,

Sentiu o amor Deus

Nessas horas tão sofridas.

 

É Deus o Senhor da história,

O refúgio do aflito,

Nunca deixa desamparado,

O coração contrito.

 

Passam-se os anos.

As filhas vão se casando.

Uma a uma, indo embora.

Novos lares se formando!

 

 Deus ainda tem um presente,

Para aquela serva amorosa.

Envia um homem santo.

Para fazê-la ditosa!

 

Novo ninho se constrói,

Com muito amor e carinho,

Começando a receber,

Maravilhosos netinhos!

 

O papis agora é vovô!

É um vovô mui amado!

Apesar das travessuras

Pelos oito netos, honrado!

 

E Deus, o Pai Celeste,

Pai zeloso e tão terno,

Coloca nos braços do Papis,

Os pequeninos bisnetos!

 

Como agradecer amor tão grande!

Deus, que levaste meu pai.

Mas por cuidado e desvelo,

Deste-me o Papis em seu lugar!

 

Que meu coração seja grato!

Como filha, o saiba honrar!

Reconheça a grande benção,

Em fazer parte desse lar!

Poesias

Mulher Virtuosa e Mulher Privilegiada

Escrita em 20/07/2016 – pelos 85 anos de minha mãe

  

Ninguém como ela sabe sorrir! 

Nos momentos bons e nas adversidades! 

Ninguém como ela sabe aconselhar, 

Se compadecer, exortar!

 

Com o coração do tamanho do mundo! 

Acolhe todos com mil carinhos! 

Ali se aconchegam as filhas,

Genros, netos, sobrinhos e amigos!

 

Deus, um Pai sempiterno, 

Honrando seus cabelos brancos, 

Põe em seus braços os bisnetos 

Aumentando sua vida de encanto!

 

Qual o segredo dessa mulher? 

Qual o motivo de sua alegria? 

Mesmo nas provações, 

Seu coração não vacila!

 

Seu refúgio é o Deus Criador! 

Sua alegria é Jesus, o Salvador! 

Seu conforto, o Espírito Consolador! 

Por isso descansa… Nela não há temor!

 

Da simplicidade extrai tesouros! 

Eis a mulher virtuosa! 

Ama a Deus, e ao próximo! 

É fácil entendê-la ditosa!

 

E agora perguntam…

“E da privilegiada, não vais nada falar!?” …

 

Oh! que alegria a minha!

A privilegiada sou eu, sua filha! 

A virtuosa, é dona Olinda! 

Minha amada e querida mãezinha!

Poesias

VIDA

 

Ninguém prometeu que seria fácil

Ninguém prometeu que seria curto

Mas a estrada é longa…muito longa

Não vemos depois das curvas,

Não vemos depois da subida.

Tudo o que nos foi dado saber

É que haverá chegada

Tão certo como houve partida.

 

Sendo assim, tão dura certeza

Só me resta gostar do caminho.

Dos campos apreciar a beleza

E o canto dos passarinhos,

Descansar à sombra das árvores

Sentindo a brisa fresca

Tendo Jane por confidente,

E com ela sorrir, finalmente!

 

E lá se vai mais um dia,

Outro depois também…

O tempo corre ligeiro,

Sem se importar com alguém!

Muito breve a noite chega.

Trazendo a escuridão.

Os passarinhos não cantam,

É noite, é solidão!

 

Mas na escuridão brilha a Lua

Tão doce, tão meiga e gentil

Iluminando a minha noite,

Sempre fiel e sutil!

Silenciosa e decidida

Suaviza a longa estrada

Que parece até mais curta,

Sob os raios cor de prata.

 

Há no final um rio,

E a ele atravessarei.

Talvez de pés enxutos,

Carregada por Alguém.

Chegando na outra margem

Minha Pátria adentrarei,

O bom filho a casa torna,

Com o Pai Eterno estarei!

 

 

(Opcional)

Chegando na outra margem,

Há um lugar para mim

Reservado desde sempre,

O meu Celeste Porvir!

Poesias

AMIZADE!

 

Amigo é o favorável, confidente e querido.

Sorri o nosso sorriso, festeja a nossa alegria,

Feliz aquele que pode, alguém chamar de “amigo”.

 

O amigo oferta o ombro,

Antes de ofertar o lenço.

Escuta, enxugando as lágrimas,

Ouvindo sem julgamento.

 

Verdade é sua força,

Lealdade sua têmpera,

Altruísmo sua paixão,

Servir sua disposição.

 

Por isso não é sem causa

Que o Sábio chama de irmão

Ao amigo tão chegado

Nascido do coração.

 

Entretanto é a perfídia,

Que o coração quer macular.

A amizade será defraudada,

Um amigo não mais terás!

 

Ferida tão grande não há,

Nem uma dor tão profunda,

Como a deslealdade

Da amizade moribunda.

 

Se responsável não fostes,

Então por tal perda não chores,

Certifique-se de que servistes.

E nem por amigos implores!

 

O amigo não usa, mas serve!

Nem tira vantagens também.

Se alegra com sua alegria,

Exulta com o que tens!

 

Feliz o homem que encontra

No amigo, um irmão leal.

Mas bênção verdadeira e plena

É ter no irmão, o amigo real!

Poesias

Dias Frios

 

Gosto dos dias frios!

As ruas ficam desertas…

E ouvindo do vento o assovio

Me encolho entre as cobertas!

 

Dormir abraçadinha

No doce e terno aconchego

Aquecida pelo abraço

Do calor do seu chamego!

 

De manhã, torrada e geleia

Ou então um pão fresquinho,

Café coado na hora,

Ou chocolate quentinho.

 

O relógio bate as horas,

Devagar, devagarinho

Até que chegue a noite,

E estou voltando pro ninho!


 

Poesias

Alma Caipira

 

Sou paulistana da gema

Pois nasci na capital

Mas tenho uma alma caipira

Que se esbalda no quintal!

 

Em casa de cidade grande

Todo verde é jardim.

Mas no verde da minha casa,

Dá pra colher até aipim.

 

Do ônibus, carro ou motoca,

Choro quando a fumaça,

Além de meus olhos arderem,

O céu paulistano embaça.

 

Ao som da querida viola,

A alma caipira sorri,

Cantando saudade do campo.

Ouvindo longe, o Bem-te-vi!

 

Cheiro de mato molhado,

Algazarra de passarinhos,

Uma cadeira de balanço,

Du Glacial no radinho!

 

Então esta paulistana,

Fecha os olhos a contemplar,

Dentro de si a alma caipira,

Que vive em outro lugar!

 

Poesias

Poemas Para A Lágrima

I

A lágrima nunca nasce nos olhos.

Na verdade, é neles que ela morre!

E às vezes morre só,

Depois de deixar na garganta

Um cruel e dolorido nó!


II

A Lágrima não nasce nos olhos

Ela nasce no coração.

Somente a vemos no rosto,

Quando transborda a emoção!

É lá que ela nasce,

No profundo coração

Só depois de muitas mágoas

Sobe aos olhos em emoção!


III

E o peito doía tanto,

Numa dor sobre-humana,

Tentando aprisionar 

Aquela lágrima insana.

Aquela pequena gota

Queria por força sair,

Deixar aposento tão curto

Livre, poder fluir!


IV

A lágrima de felicidade

É em tudo diferente

Vem e cobre toda a face

Pura, linda e quente!

Enquanto a lágrima da mágoa

Nem sempre vem à tona

Nasce e morre no peito.

É canção que não se entoa!